sexta-feira, 22 de agosto de 2025

deixei ele lá e vim
o corpo
dele
como que cansado
trabalhando 
o meu 
esperando 
pelo mundo
que o esperava 
com calma também
então enfio o corpo
na areia ancestral
à beira do mar mítico
meu corpo
que é tão jovem
mal tocado pelo tempo
um grão em toda aquela areia 
meu corpo um minério
uma rocha moída
e moída e moída 
e ainda inteira 
meu corpo uma concha
desabitada
um sal marinho
como que parte
de algo inteiro
chego a ele em ondas

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na academia

a frieza da palavra me toma como uma lâmina de ferro gelado parece vidro porque é frágil mas me permeia como as árvores o vento