I
resta intocada no meio da tua sala uma pétala seca
II
onde antes emolduravas tuas flores amareladas
em vasos de barro produzidos em massa
sobre uma mesa de centro rodeada das
tuas coisas preferidas -- tuas lembranças,
teus brinquedos e livros, tuas
fotos empoeiradas -- flutua
feito num tempo infinito
a poeira da tua pira poética:
lareira das tuas paixões
tornadas vulcões
enfim inativos
III
o chão de taco carcomido
pelos meus dentes
IV
.