pertenço agora ao tempo
e este meu pobre corpo
pueril empoeirado coberto
de pólvora
retorna ao seu estado
originário
me dissolvo no rio
invisível do tempo
e não altero sua cor nem
sua densidade, nele me penetro
e ali me pertenço
um invisível círculo perfeito
segunda-feira, 30 de setembro de 2019
quinta-feira, 26 de setembro de 2019
entulhada de coisa
minha sala parece cada
vez menor
nas estantes encontro
meus muitos livros mas as
páginas
todas
em
branco
para minha surpresa e decepção
pego uma de minhas muitas
e coloridas canetas e decido
eu mesma
escrever um romance
uma ideia mal me brilha as veias
da porta me
gritam amélia
nos cadernos, não!
já falei!
a dona da papelaria?
sempre venho aqui e é
essa gritaria
sempre repreendendo
o barraco faz a freguesia
eu acho?
grito como num aviso
faltam livros nessa tua biblioteca
os jovens são uns...
vou te contar
essa minha sala está
cada
vez
vez menor
nas estantes encontro
meus muitos livros mas as
páginas
todas
em
branco
para minha surpresa e decepção
pego uma de minhas muitas
e coloridas canetas e decido
eu mesma
escrever um romance
uma ideia mal me brilha as veias
da porta me
gritam amélia
nos cadernos, não!
já falei!
a dona da papelaria?
sempre venho aqui e é
essa gritaria
sempre repreendendo
o barraco faz a freguesia
eu acho?
grito como num aviso
faltam livros nessa tua biblioteca
os jovens são uns...
vou te contar
essa minha sala está
cada
vez
deus
um homem caminha pelas nuvens
seus calcanhares rachados suas unhas
encravadas crava seus dedos na superfície lábil
mantém-se firme ereto
anuviados os olhos contemplam a
vastidão
considera a necessidade real
de sua existência
um passo em falso percebe
descobre
: o céu imenso
seus calcanhares rachados suas unhas
encravadas crava seus dedos na superfície lábil
mantém-se firme ereto
anuviados os olhos contemplam a
vastidão
considera a necessidade real
de sua existência
um passo em falso percebe
descobre
: o céu imenso
lendo benjamin
vai ver é por isso que não se fazem facas de vidro
que é tão liso e duro e sóbrio e frio e nada fixa
e não tem nenhuma aura
e uma faca é
ao contrário
rígida e pungente e ensanguentante
ela é forjada no calor fundente do fogo
enquanto músculos potentes se aquecem sobre ela
e uma faca não pode
se estilhaçar e morrer no primeiro ataque
uma faca tem que
durar
para cortar e sangrar e atacar
porque uma faca é uma ameaça
é uma peixeira pensa no buxo
é um corte certeiro
>e falta algo aqui<
e um vidro é
o inimigo do mistério
uma faca é um objeto em construção
como um poema
e sempre deixa um rastro
de sangue de suor de vida
que é tão liso e duro e sóbrio e frio e nada fixa
e não tem nenhuma aura
e uma faca é
ao contrário
rígida e pungente e ensanguentante
ela é forjada no calor fundente do fogo
enquanto músculos potentes se aquecem sobre ela
e uma faca não pode
se estilhaçar e morrer no primeiro ataque
uma faca tem que
durar
para cortar e sangrar e atacar
porque uma faca é uma ameaça
é uma peixeira pensa no buxo
é um corte certeiro
>e falta algo aqui<
e um vidro é
o inimigo do mistério
uma faca é um objeto em construção
como um poema
e sempre deixa um rastro
de sangue de suor de vida
quinta-feira, 19 de setembro de 2019
Assinar:
Postagens (Atom)
na minha cidade há uma rua em que os carros param e parecem à beira do abismo esperam o semáforo e dali pra frente é só pra baixo rumo ao ho...
-
perseu me persegue pelas ruas quer arrancar a minha cabeça e despedaçar meu corpo feito fosse uma placa; quer arrancar minha língua e fu...