domingo, 8 de dezembro de 2019

sol e sonho em sagitário

se eu acordasse todos os dias
com tuas mãos macias
me estendendo pitanguinhas
avermelhadas doces suaves
uma explosão de manhã na minha
boca sonolenta, eu te diria
que em dias assim, como um
domingo de dezembro em céu azul,
eu não sinto falta de café
porque posso me deixar levar
pela preguiça do dia escorrido
a brisa do mar e as formigas calmas
que passam pelos nossos pés
a espiar nossa vontade de viver;
porque posso sentir a grama se esquentar
com o calor dos nossos corpos estendidos
como pontos desimportantemente infinitos.
se eu acordasse todos os dias pra te ver
passar os olhos pela natureza que te contempla
eu não sentiria falta de dizer
o que o tempo faz comigo
porque ali, naquela manhã verde dourado,
a tua pele bronzeando o sol antigo,
a ilusão cotidiana não seria nem mesmo delírio
e o onírico seria o nosso dia a dia
com espaço para criar nossos filhos
que reluziriam teu olhar acobreado
e as mãozinhas avermelhadas
de frutas, adoçariam os jeitos de ver:
como é bom viver
e acordar contigo aos domingos

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