sábado, 24 de fevereiro de 2018

reforma

o barulho da furadeira,
que, inteira, se afunda na
parede de cimento, fecunda-
me de toda ausência:
atravessa a porta a janela os móveis minha cama nossos pelos meu sossego:
sagaz, o homem que fura,
pendura armários vazios,
prateleiras bem cheias de nada.

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na academia

a frieza da palavra me toma como uma lâmina de ferro gelado parece vidro porque é frágil mas me permeia como as árvores o vento