hoje ela acordou,
manhã cinzenta;
cigarro e carro e indústria
acordaram hoje,
os sons em fúria
ressoando pelos metálicos
teus pelos cinzentos
(e eriçados de frio e preguiça;
em novembro e o calor estia,
chega em seu lugar a brisa
congelando sonhos distantes)
hoje ela acordou,
como tantas outras vezes,
sonolenta e agitada;
em rápido funcionamento:
estacionamento e estrada
acordaram hoje
cheios e acimentados,
sem espaço pros teus
preguiçosos miados
(de não teres nada para fazer,
só comer brincar sonecar
- com saudade de um colo -
no sofá, o sol amarelo)
hoje ela acordou
em manhã cinzenta
pássaros marrons
um canto alucinado
perto da janela
(onde também alucinas
e sonhas caçá-los,
mas vê se te alimenta
que o dia é longo e
o ritmo daqui é outro
dos teus cochilos em ninhos)
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