quinta-feira, 30 de outubro de 2025

me colocaste no mundo
numa tarde quente e úmida
de novembro do teu corpo
expelias corpo e sangue-escuro
enlameando a terra por onde
eu caminharia não feito cria
feito flor feito íris-caminhante
pelo jardim dos teus dias
cortaram o talo que nos unia
a minha carne feita da tua carne
já não podia viver de ti
era preciso ser árvore
crescer explorar o solo vermelho
a areia o mar e quando dei por mim
nessa transformaria
te fizeras passarinha
desde o princípio foras feita para o ar

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na academia

a frieza da palavra me toma como uma lâmina de ferro gelado parece vidro porque é frágil mas me permeia como as árvores o vento