quinta-feira, 29 de maio de 2025

àquela época 
teus olhos pousavam 
em mim como garças 
num fim de tarde 
de represa

o pôr-do-sol nos assistia 
como a um espetáculo
da natureza, do amor 
entre jovens futuros 
amantes

me lembro de como 
a curva dos teus lábios 
ao disfarçar-me o olhar 
escondiam-revelavam 
os olhos pequeninos
curiosos como um menino

*

busco na geladeira
de meus pais

algo que me cure
a ferida nos dedos

o xarope
para o amor perdido

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na academia

a frieza da palavra me toma como uma lâmina de ferro gelado parece vidro porque é frágil mas me permeia como as árvores o vento