terça-feira, 1 de outubro de 2024

como é que se quebra
um poema
em versos
tão pequenos
que caibam nas tuas mãos
para que possas pegar
sentir-lhe as arestas
e ver o sangue correr
com vida
de cada esquina
do poema-caco
de vidro e cheio de lascas
de madeira — não terias
nas mãos um espelho
talvez
uma velha bola
de cristal
com anjinhos e falsas
neves dentro
dos dias da tua infância
pronta pra rebentar

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na academia

a frieza da palavra me toma como uma lâmina de ferro gelado parece vidro porque é frágil mas me permeia como as árvores o vento