me'ngasgo, vagarosa;
as palavras engolfadas na garganta
envolvidas numa bolha de ânsia;
eu grasno e rasgo as cordas vocais,
as palavras entranhadas nas paredes
parecem se aninhar nas rachaduras;
eu estrangulo as sílabas separadas
tentando, assim, uma exposição;
ainda crocito um balbucio insuficiente,
ineficiente apesar dos traços e estrias
na goela inflamada; eu destroço
o pulmão em melodia surda,
explodo os olhos em cores divinas
enquanto um coro demoníaco
atropela os meus ouvidos;
eu asfixio, fecho-me numa moela:
moeda internacional dos mudos de amor.
{19-12-17}
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