domingo, 29 de novembro de 2020

dentro de casa
envelhecemos
todos os dias
o sol se pondo
longe dos olhos
quando muito
é a luz que
se anuncia
enquanto
passagem
dentro de casa
perdemos o rumo
das ruas vazias
e vemos nas plantas,
que crescem em
seus vasos e ali
envelhecem sem
flores nem frutos,
uma triste comunhão
tudo é seca aqui
e a terra não
nos dá alimento
mesmo adubada
é tudo sobreviver
a custo de quê?
dentro de casa
envelhecemos, não
vemos nascer
ou se pôr o sol
quando muito é
a brisa que anuncia
a mudança, a passagem
do tempo, no qual
envelhecemos
dentro de casa
com o grito e o choro
abafados pelo calor
do vaso recém regado
quente do sol do dia
que outra vez morreu

No esforço de alcançar uma amplitude,
terminava-se com a garganta dolorida
e com algo ainda mais preso nela
.
Giuliana Seerig

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