bateu-me um vento sul
passei a noite interminável
esperando pelos raios
que me enchem e iluminam
me atropelam de vida
e não me intimidam
passei a tormenta permanente
esperançosa nos feixes
que de mim se apropriariam
me tomando pelas raízes
caule (dourado)
folhas (de esmeralda)
e não me dessubstanciariam
passei os terríveis clarões
esperando que os trovões
as rajadas cessassem e então
aparecesse novamente
a bela Sigel; mas aguardei em vão
chamam-me hera-do-diabo
e eu -- divina, entre Deméter
e Perséfone -- resplandeço
em verde e suave ardor
o dia nasce sem rumor
e eu, só à janela, sem teu calor
perco meu áureo vigor
Nenhum comentário:
Postar um comentário