quarta-feira, 14 de julho de 2021

sento-me à beira do oceano
no limite da pintura das montanhas
aos meus pés o mar num movimento
impossível me transborda as retinas
na sua superfície se tensiona em plástico
numa tensão elástica como outra pintura
à óleo o mar inteiro queimando à luz
do sol insistente e cortante entre as nuvens
cinzas que tingem tingem extinguem
retinto o ruído da criação numa explosão
contínua de sentidos insignificantes como
a pele roçando na grama à beira do oceano

na academia

a frieza da palavra me toma como uma lâmina de ferro gelado parece vidro porque é frágil mas me permeia como as árvores o vento