domingo, 16 de fevereiro de 2020

binario sbaiato

lê um livro
cujo título luto
pra ler
como quem tem livre
a noite já passada e vê
no trem um ponto
de partida (ida)
a linha até aqui seguida como
o que resta da onda do mar
na areia
no trem
como quem tem tempo
pra matar
todo o trajeto feito
longe do mar (volta)
o lápis vermelho (teu)
verde (eu)
o branco dos bancos
rabiscam um país così lontano
a linha do mar
a sua graça
é continuar a desenhar-se
movimentar os grãos do que
um dia foi pedra e concha e vida
e fazer parecer que assim
naturalmente
é que se rabisca uma linha
contínua

Nenhum comentário:

Postar um comentário

das conchas

todo ato de fala verdadeiro é um gesto de coragem e nada mais forte do que ser                                                       vulnerá...